Mar
Estranho...
Quanto mais me sinto triste, mais sinto vontade de estar no mar.
Não sou nenhum marinheiro, nem pescador e muito menos surfista. Nem criado em praia fui. Mas sempre visitei o mar... Sempre!
Minha mãe conta que quando gestante, sempre ia a praia. Quando criança, o que mais me lembro de feliz foi no mar... Bóia, bola, prancha, peixe... Peixe! Me lembro de quando meu pai e meus tios iam pescar a noite. Uma vez vi uma sereia... Linda, cantava ao luar, sentada nos rochedos. Ninguém acreditou, e hoje, minha lembrança daquele dia é vaga, como um sonho bom... E Quase não tenho mais certeza se realmente a vi... Ela Cantava pra mim... A primeira vez q me apaixonei!
Ah, o mar... Me trouxe e levou a primeira paixão da minha vida com suas ondas!
Na minha adolescência, não conseguia me separar dele, matava aula para ir a praia... Tentei aprender a “pegar onda”.
Quando me sentia triste, ia ver o mar. Suas ondas acariciavam minhas pernas, como uma mãe acaricia o filho... Meu vazio era preenchido pela visão da imensidão de suas águas.
Ah, o mar... Olho para ele e me sinto muito pequenino, mesmo no meado de meus vinte e tantos anos. Ele é meu pai, e minha mãe Também! É meu amor, em todas as suas formas!
Não há como olha-lo e não sorri, mesmo em meio as lágrimas... Lágrimas Salgadas como ele mesmo. Acredito que, como num rio, minhas lágrimas sempre corram para o mar... Ele transforma minhas lágrimas chuvosas em moldura para um lindo horizonte num fim de tarde! Não se tem como não sorrir depois de uma visão dessas!
E as ondas?! Ondas... Ondas perfeitas e poderosas. Capazes de construir e destruir. Sei de seu poder, já mostrou-me isso várias vezes... Destruiu coisas ruins dentro de mim, e ajudou a me reconstruir, como um feto se desenvolve imerso em liquido dentro do ventre materno...
Preciso muito de você agora, Oh Grande Mar!
E precisarei para todo sempre...
Sempre!