Ang Lo - De fora pra dentro, de dentro pra fora... (2013)


Ang Lo Faz Uma Ode à Serenidade (resenha)

Por Jorge Rocha
jorgerochaa@hotmail.com 

Transformar em arte tudo aquilo faz parte da sua vida e ou imaginação. Esse é o papel de um artista. Talvez o segundo habitante da terra fosse um, e o primeiro veio para servir de inspiração. Talvez o primeiro mesmo, olhando a natureza que existia a sua volta conseguisse transmutar aquilo em algo lúdico. Para um verdadeiro artista, o nada, não existe. A arte só acaba quando não houver mais reflexão, fantasia e pensamento.


Angelo Custódio, brasileiro, carioca, suburbano, pai, filho, trabalhador, músico, religioso e jovem. Na adolescência tocava baixo e bradava numa banda de Grind, “Chicória-Trio”, como eles mesmo se apelidavam: o Pau de Sebo. Mas se nos tempos de puberdade, a fúria incontida contra tudo aquilo que o afligia era a tonante básica. Com o amadurecimento, a percepção do individuo em questão se amainou.   


É inevitável, dentro de um processo de crescimento, se deter apenas superfície das coisas, mas sim querer ir além disso. O aprofundamento artístico de Angelo, começa com o batismo de um novo nome: Ang Lo. Passando pelo seus estudos de vários ensinamentos esotéricos-espirituais, a sempre bem vinda paternidade e o aprendizado de novos instrumentos percussivos, de cordas e outros artifícios singulares.


Em “De fora pra dentro, de dentro pra fora...”, podem ser ouvidos sons vindos de um chinelo de borracha e apitos de passarinho. Foram usados na gravação: um violão de aço e outro de nylon, um contrabaixo elétrico, teclado de brinquedo, além de duas moringas, triângulo, caxixi e macumba. Todos tocados por Ang Lo, levando a audiência para um ambiente cheio de texturas, porém muito sucinto.


O disco começa com uma homenagem instrumental à sua filha. “Bela Manuela”, tem um som esperançoso, um assovio alegre e convida o interlocutor a desfrutar de algo bucólico. A voz Ang Lo, aparece logo nos primeiros segundos da segunda música, “A luz”, um apelo de purificação. O trabalho passa pela instrumental “Sambatango” e desembarca na passional “Reescrevendo”. A rápida “Chinela” é a faixa mais experimental da obra, e faz uma abertura sincera para a atmosférica música “Meu Canto”, que nos leva diretamente à calma dos ambientes campestres e serranos.


Ang Lo, parte para o desfecho do disco com um Reggae cativante, “Tolerância” é um som que poderia animar qualquer lual e demonstra uma idéia de pluralidade religiosa. “Vento Armonial” é outro exemplo de música instrumental cheia de tramas. A obra segue com “Vivendo”, algo que remete a um Samba-Rock, uma letra cheia de ensinamentos, que fala de evolução de forma metafórica e passa a ideia de juntar as pedras e construir um castelo, em referência (muito discutida) ao português Fernando Pessoa.

A faixa que fecha o trabalho tem 8 minutos. “Viagem Astral”, contém coisas como: o Maha mantra, o Mantra de Buddha Shakyamuni, a Oração de São Francisco, o canto índígena norte-americano The River Is Flowing e Om Shanti. Coisas que transcendem o ambiente musical, enchem a audição de conteúdo, paz e convidam para uma percepção diferente de mundo. No fim, o papel de artista de Ang Lo, parece estar completo. Os sons dispostos nesse disco conseguem transportar uma série de sensações, traduzidas em ondas sonoras.

Jorge Rocha é Jornalista, idealizador do fanzine "Hermes Zine" e do Blog "Depressões Póstumas do Pop Punk", colaborador no site "Consciência Alternativa" e na revista "International Magazine". Vocalista das bandas "Oxíuros" e "90 Contos". E autor do Livro "Rock Maya - Se você quer uma cena forte, você tem que criá-la!" e do documentário cinematográfico "Rock Maya - Uma história do Underground"


APRESENTAÇÃO

O dia 23/09/2013 marca o lançamento de um trabalho, feito com muito amor e dedicação. Sei de minhas limitações, sei que preciso melhorar em muitos aspectos. Sei que poderia ter ficado melhor, pois sempre pode ficar melhor! Mas está como está. Particularmente acho que ficou bom, e era essa a proposta, realizar um trabalho de baixíssimo orçamento, usando meu pc, meus instrumentos e um software de código aberto. A intenção é também mostrar que tudo é possível, e nem sempre a sofisticação é necessária. Conforme aprendi nos meus tempos de Shaolin do Norte: "Quem se contenta com o suficiente tem sempre o necessário". Então é isso. Espero que vocês curtam, pois é um trabalho realizado, com amor e sinceridade! Agradeço a atenção e boa audição!  

- Ang Lo

Todas as faixas compostas, gravadas e tocadas por Ang Lo.
Todas as fotos, efeitos e edições desse livreto também por Ang Lo.

Vozes - Ang Lo

Instrumentos usados:
Violão Aço
Violão Nylon
Contrabaixo Elétrico
Teclado de brinquedo
Percussão:
Moringa (Grande e Pequena)
Triângulo
Caxixi
Macumba
Chinelo de Borracha
Apito passarinho

Gravado em casa, utilizando um microfone dinâmico e o software Audacity versão 1.2.6

 Tracklist:
01 - Bela Manuela (Clique aqui para ver o texto extra!)
02 - A Luz(letra)
03 - Sambatango
04 - Reescrevendo(letra)
05 - Chinela
06 - Meu Canto(letra)
07 - Tolerância(letra)
08 - Vento Armorial(Participante da coletânea Neo-Psicodelia Brasileira)
09 - Vivendo
10 - Viagem Astral
11 - Reescrevendo (Slide Version) - Lançado como bônus track em 07/04/2014 disponível também em streaming: https://soundcloud.com/ang_lo/reescrevendo-slide-version
12 - A Luz (Versão Dub) - Lançado como bônus track em 22/05/2014 disponível também em streming https://soundcloud.com/ang_lo/a-luz-versao-dub


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